Principais linhas da psicanálise

Apesar de serem muitas as linhas de psicanálise, todas têm origem no freudismo clássico que sofreu adaptações ao longo do tempo. Cada linha tem sua peculiaridade. No entanto, a maioria dos analistas não trabalha com uma única corrente, mas com uma combinação única entre elas que varia de acordo com a individualidade de cada paciente. É importante que o analisando se sinta à vontade durante o tratamento. Por isso, o critério fundamental para a escolha de um psicanalista deve ser, acima de tudo, a confiança, a segurança e a empatia sentidas nos primeiros encontros

Freudiana (Escola austríaca)

A psicanálise teve início com o neurologista e psiquiatra Sigmund Freud (1856-1939), em Viena, na Áustria, por volta de 1900. Freud propôs os conceitos de inconsciente, pulsão e recalque, formulando um novo tratamento das neuroses. Sándor Ferenczi e Anna Freud – filha de Sigmund – foram importantes seguidores dessa linha.

Linha winnicottiana (Escola inglesa)

Donald Woods Winnicott (1896-1971) foi médico pediatra e psicanalista e seu trabalho ganhou especial relevância na Inglaterra ao fim da 2ª Guerra Mundial, quando desenvolveu um conjunto de novas intervenções clínicas e teóricas. Para Winnicott, o ser humano não é apresentado como um objeto da natureza, mas sim como uma pessoa que, para existir, precisa do cuidado e da atenção da figura materna.

Winnicott foi presidente da Sociedade Britânica de Psicanálise e fundador da psicanálise de crianças na Grã-Bretanha, antes da chegada a Londres de Melanie Klein. No centro do intenso conflito entre Anna Freud (que tinha uma concepção “pedagógica” da psicanálise infantil) e Melanie Klein (cuja prática clínica era centrada nos jogos e na observação das psicoses primitivas, segundo ela, presentes em todas as crianças), Winnicott foi afirmando sua independência. Sempre foi um admirador do trabalho de Melanie Klein que chegou a supervisioná-lo no início de sua carreira.

Linha lacaniana (Escola francesa)

O trabalho de Jacques Lacan (1901-1981) emergiu na França, a partir de debates políticos e filosóficos, ganhando relevância a partir da década de 1970, quando havia um questionamento de um modelo muito rígido de formação dos psicanalistas. Além de repensar esse modelo, Lacan propôs uma nova forma de entender a psicanálise, segundo a qual o inconsciente se estrutura como linguagem.

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